lunes, octubre 29, 2007

marinheiro só

enraizado sentado há três meses no mesmo sofá pernas de iroko apaoka akoko sem sexo empoeirado olhando pro nada.
saudade o tempo todo só sente saudade como se mais nada no mundo fosse além de saudade.
desespero também porque não porque se entre um gole e outro de café ou de bebida quem sabe até água um trago no cigarro lembra lembra lembra e chora.
choro que desce calmo arrastado quente como o último gole do último copo de uísque.
salgado como o mar as rosas que ele joga e pede pede yèyé omo ejá também sou peixe aceite por favor aceite.
sem vírgula sem tempo rápido rápido como o galope no cavalo de são jorge santo guerreiro. que vai além mar pra onde ela foi.
e de lá não volta mais.

miércoles, octubre 10, 2007


...e cada vez suando mais, encharcada no seu próprio líquido, um líquido tão seu, que ela já sabia de cor, o gosto, o cheiro, a sensação, um líquido tão seu que por um segundo a fez pensar que era a única coisa que tinha e conhecia perfeitamente: e mesmo conhecendo perfeitamente queria conhecer cada vez mais: tudo agora é líquido e inunda: a mão molhada descendo e apertando cada vez mais as coxas e encontrando o sexo: o suspiro. A sensação de se conhecer cada vez mais era tão grande, meio canibal até, que ela queria tanto, se pudesse, morder a sua boca e arrancar um pedaço e fazer doer e fazer sangrar e fazer jorrar sangue vermelho como o batom e beijar beijar beijar até borrar o seu batom e borrar o seu pescoço e inundar tudo em sangue tão vermelho, tão vermelho que mancharia rosas brancas.