miércoles, agosto 18, 2010

confesso:

me sinto patético
nessa cama
meio paralítico
confesso
como se fosse doente
não mexo as pernas
nem o cérebro
me deixo assim abatido
mais um dia
menos uma vida

até o pôr-do-sol
do outro dia
e meu cobertor no inverno
agora a cama vazia
nem o cheiro de café
nenhum abraço
nenhuma chegada
e nenhuma partida

me sinto completo
nessa cama
meio abstrato
confesso
como se fosse perfeito
não mexo as pernas
nem o cérebro
me deixo assim abatido
menos um dia
mais uma vida

até o nascer do sol
desse dia
e meu cobertor no inverno
agora a cama vazia
sinto o cheiro do café
me dá um abraço
e só mais um chegada
e outra partida