Em um quartinho no fundo da casa eles se beijam, a mão dele sobe suavemente pelos cabelos dela, ela tira os colares, ele tira a camisa.
Desabotoa a calça, levanta a saia.
Suor. Suspiros. Gemidos.
Quase urros.
O último toque de atabaque ecoa.
É Sábado, amanhã é dia de descanso, fecha os olhos, meu bem.
- O belo às vezes também cansa.
Ela disse, se olhou no espelho, fechou os olhos e dormiu.
Ele volta pra casa, os últimos três cigarros no bolso do paletó, as mãos encolhidas no peito, o chapéu quase voando. O frio da manhã cortando a cara como navalha. De repente chuva, chuva fininha, garoa. Tudo o que ele quer é chegar, tomar seu café quente, deitar em suas cobertas e dormir o dia inteiro, sonhando com a noite que recém passou. Mas não pode, mal vai chegar e só vai dar tempo de tomar um café, café velho esquentado no fogão. Não sobra tempo pro banho, nem pro beijo nos filhos.
Passa uma água na cara e vai trabalhar.
martes, mayo 12, 2009
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5 comentarios:
foda
Gustavo!
Você era mais falastrão!
Agora virou bissexto?
Escreve mais, cara!
Abraços!
Pois é.
"- O belo às vezes também cansa."
Quanto ao urro, não preciso dizer que lembrei do Chando.
Gostei desse, belo que não cansou.
Linda a sua narrativa poética. "let's work"... justamente sobre isso eu estava pensando agora... sobre quando deixamos um tempo engolir o outro.
gostaria de lhe entrevistar. qual seu email? gde abraço!
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