Queria chorar. Não por tristeza ou por dor. Nem por raiva ou nervosismo. É como se uma coisa aqui dentro doesse porque é predestinada a doer. Chega uma hora que tu pára e pensa: nada daqui para frente me parece interessante, e o que me parecia interessante antes, já não me parece mais. Então apenas o que resta é passar um café. E tomá-lo olhando a rua.
Hoje eu não vou escrever sobre cafés. E nem sobre cigarros. E nem sobre pessoas tristes sem nome, sem rosto e sem expressão. Perdidas em pensamentos turvos. E nem sobre coisas quebradas. Não falo da chuva – nem do cheiro da chuva - não tentarei descrever o pôr-do-sol. Não usarei a palavra Crepúsculo. Hoje não farei textos sobre a Angústia.
Hoje eu vou falar sobre uma borboleta: uma borboleta que entrou no meu quarto. Tinha as asas de um verde bonito. E me lembrava alguém.
Então a borboleta saiu pela janela aberta. Voou para longe. E eu nunca mais a vi.
Hoje eu não vou escrever sobre cafés. E nem sobre cigarros. E nem sobre pessoas tristes sem nome, sem rosto e sem expressão. Perdidas em pensamentos turvos. E nem sobre coisas quebradas. Não falo da chuva – nem do cheiro da chuva - não tentarei descrever o pôr-do-sol. Não usarei a palavra Crepúsculo. Hoje não farei textos sobre a Angústia.
Hoje eu vou falar sobre uma borboleta: uma borboleta que entrou no meu quarto. Tinha as asas de um verde bonito. E me lembrava alguém.
Então a borboleta saiu pela janela aberta. Voou para longe. E eu nunca mais a vi.